Pesquisa científica
De acordo com um novo estudo, pacientes que se expõe às radiações de repetidas tomografias aumentam os riscos de desenvolverem câncer.
Um em cada três pacientes incluídos no estudo da Universidade de Harvard havia sido submetido a cinco ou mais tomografias, e um em cada 20 foi exposto a mais de 22.
Os pesquisadores afirmam que os resultados do estudo confirmam um modesto, porém clinicamente significativo, aumento no risco associado ao câncer.
Cerca de 68 milhões de tomografias foram realizadas nos Estados Unidos em 2007, e 62 milhões no ano anterior.
Diferentemente dos raios-X convencionais, a tomografia computadorizada fornece análise detalhada e imagens tridimensionais dos órgãos internos, o que ajuda os médicos a diagnosticar e monitorar a propagação de doenças.
Graças a uma base de dados eletrônica, os pesquisadores foram capazes de acompanhar casos de mais de 31.400 pacientes que realizaram tomografias em 2007 no Brigham and Womens Hospital e no Harvard Dana-Farber Cancer Center.
Foi descoberto que:
5% dos pacientes do estudo haviam feito mais de 22 tomografias, e 1% tinha feito mais de 38 exames
15% dos pacientes receberam doses de radiação estimadamente superiores a da exposição às radiações de 1000 radiografias de tórax
4% dos pacientes tiveram, durante sua vida, a estimativa de exposições equivalentes a 2500 radiografias de tórax
Utilizando um modelo de avaliação de risco, os pesquisadores descobriram que 7,3% dos participantes do estudo tiveram um elevado risco de câncer devido a radiações provenientes da tomografia. Mas, para a maioria dos pacientes o risco era muito pequeno.
“A tomografia computadorizada é um fantástico instrumento para diagnósticos e não gostaríamos de ver pacientes recusando exames necessários porque estão preocupados com o câncer”, diz o pesquisador Aaron Sodickson. “Mas os pacientes e seus médicos também precisam cientes de que existem riscos e esses riscos se somam ao longo do tempo.”
G. Donald Frey, professor de Radiologia da Universidade de Medicina da Carolina do Sul garante que a comunidade de radiologia está trabalhando arduamente para descobrir quando e onde as tomografias são utilizadas excessivamente.
“É claro que a tomografia está sendo utilizada em excesso, mas não é tão fácil dizer onde isto está acontecendo”, diz o professor. “Gostaria de incentivar os pacientes a não pressionarem os médicos, a fim de realizarem exames tomográficos, e gostaria de incentivar os médicos a tomarem consciência das motivações adequadas para indicar um exame.”